domingo, 31 de julho de 2016

VAIDADE DAS VAIDADES, TUDO É VAIDADE.

XVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM

“ATENÇÃO! TOME CUIDADO CONTRA TODO TIPO DE GANÂNCIA...” (Lc 12,15).


Diácono Milton Restivo

A liturgia de hoje aborda o tema “ganância e avareza”.
A ganância é o sentimento de busca incondicional e desmedida que uma pessoa propõe a si própria para alcançar sonhos e objetivos, muitas vezes escusos ou indevidos.
Ganância é um sentimento humano negativo que se caracteriza pela vontade de possuir somente para si próprio tudo o que existe, não se preocupando com as necessidades do próximo. É um egoísmo excessivo direcionado, principalmente, para a riqueza material, para o dinheiro. É o apego exorbitante e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro, priorizando-os e deixando Deus e o  próximo em segundo plano.
A ganância é a irmã gêmea da avareza.
A ganância e a avareza são consideradas o pecado mais tolo por se firmar em possibilidades.
A avareza é um dos sete pecados capitais que são considerados os mais condenáveis sob o ponto de vista cristão porque esses pecados geram outros pecados, outros vícios que deterioram a vida cristã. O avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus e a partilha com o irmão.
Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar algo, que não seja Deus, como se fosse um deus, tendo Jesus chamado a atenção a respeito disso: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Você não pode servir a Deus e às riquezas” (Mt 6,24). 

sábado, 30 de julho de 2016

“ATÉ MESMO AOS ESPÍRITOS IMPUROS DÁ ORDENS, E ELES LHE OBEDECEM!”

“ATÉ MESMO AOS ESPÍRITOS IMPUROS DÁ ORDENS, E ELES LHE OBEDECEM!”

            “Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, foram à sinagoga. E ali  ele (Jesus) ensinava. estavam espantados com o seu ensinamento, pois ele os ensinava como alguém que tem autoridade e não como os escribas. Na ocasião estava na sinagoga deles um homem  possuído de um espírito impuro, que gritava dizendo: “Que queres e nós, Jesus Nazareno? Vieste para arruinar-nos? Sei quem tu és: o Santo de Deus.” Jesus, porém, o conjurou severamente: “Cala-te e sai dele.” Então o espírito impuro, sacudindo-o violentamente e soltando grande grito, deixou-o. Todos então se admiraram, perguntando uns aos outros: “Que é isso? Um novo ensinamento com autoridade! Até mesmo aos espíritos impuros dá ordens, e eles lhe obedecem!” Imediatamente a sua fama se espalhou   em todo o lugar, em toda a redondeza da Galiléia. E logo ao sair da sinagoga, foi à casa de Simão e de André com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama com febre, e eles imediatamente o mencionaram a Jesus. Aproximando-se, ele a tomou pela mão e a fez levantar-se. A febre a deixou e ela se pôs a servi-los.” (Mc 1,21-31). 
            Jesus Cristo veio para libertar o homem de todos os males, tanto dos maus espíritos como das doenças; veio para libertar o homem de toda e qualquer escravidão do mundo e deixá-lo livre, para livre caminhar para o reino dos céus. Jesus estava ensinando em uma sinagoga, local onde os judeus oravam e meditavam a palavra de Deus; um homem tomado por um espírito imundo passou a importunar e desafiar a autoridade de Jesus, e, sem sobra de dúvida, sabia quem era Jesus e qual era a sua missão: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para arruinar-nos? Sei que tu és: o Santo de Deus.” (Marcos, 1, 24).  Antes que o demônio que estava naquele homem entrasse em detalhes sobre quem era realmente Jesus, de onde ele viera e qual seria a sua missão, Jesus lhe chama a atenção, e lhe determina que se retire: “Cala-te e sai dele.” (Mc 1,25). 
           Ao sair da sinagoga, Jesus se dirigiu, com Tiago e João, à casa de Simão e André. E lá ele observa a sogra de Simão acamada, doente, com febre, e, “Aproximando-se, ele a tomou pela mão e a fez levantar-se. A febre a deixou e ela se pôs a servi-los.” (Mc 1,31). E, “Ao entardecer, quando o sol se pôs, trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos e endemoniados. E a cidade inteira aglomerou-se à porta. E ele curou muitos doentes de diversas enfermidades e expulsou muitos demônios. Não consentia, porém, que os demônios falassem, pois eles sabiam quem era ele.” (Mc 1,32-34). 
          Ai está, em síntese, a missão do Senhor Jesus: liberar o homem, deixar o homem livre dos espíritos malignos, das inclinações do pecado que pretendem manipular as mais puras intenções; libertar das doenças do corpo e da alma. É o Senhor Jesus  quem liberta o homem, todos os dias, dos demônios dos vícios, do sexo, do tóxico, do desemprego, do desamor, da fome de Deus. Jesus Cristo liberta o homem todo, de corpo e alma; liberta-o do pecado e do mal físico porque o sofrimento, a doença e a fome também estão na lista dos pecados, isto é, das coisas que o Senhor Deus não quer para os seus filhos.      
            Quem está com fome não é livre. Quem está doente não é livre. Quem não tem onde morar não é livre. Quem não tem instrução não é livre, como não é livre quem se deixa dominar pelo pecado. Em todos esses casos o homem está sendo possuído por algo que lhe tira a liberdade e a sua autonomia; que lhe mata a alegria de viver e a vontade de trabalhar e progredir; que lhe rouba o amor e a esperança... São esses os espíritos imundos dos nossos tempos. 
            A ignorância do homem o escraviza, não permite que ele seja livre. Ignorante que o homem é das coisas de Deus, ele desconhece que Jesus é o Caminho que o Senhor envia e pede que todos o sigam se quiserem deixar de ser escravos, dos vícios, do pecado, da opressão do próprio homem. 
        O homem se esquece ou ignora que Jesus é o irmão supremo e tem plenos poderes para o libertar; ignora essa força divina e infinita que o Senhor envia na pessoa de Jesus Cristo e se encolhe com medo das provações, com medo dos que não respeitam os direitos dos irmãos, com medo dos que exploram o povo de Deus, com medo dos que violentam os direitos dos que não tem voz e nem vez. Jesus Cristo é o Libertador. Jesus Cristo não é só o libertador da alma: é também o libertador do  corpo, porque todos os cristãos filhos de Deus são um composto de corpo e alma, matéria e espírito, e o Senhor Nosso Deus se preocupa com o homem como um todo, e não em partes. 
       O homem desconhece Jesus Cristo como Libertador, e quando lhe vem a provação, quando é oprimido pelos grandes, quando lhe vem o desemprego e a doença, quando é atacado pela fome, ao invés de se apegar ao seu Libertador que pode tudo, porque ele é o Senhor da vida, o Filho Unigênito de Deus e, por conseguinte, Deus, o homem recorre às baixarias da macumba, às ignorâncias das crendices populares, aos engodos do espiritismo para resolver os seus problemas.        
      Jesus Cristo é o nosso irmão, e somente ele recebeu das mãos do Pai plenos poderes para nos libertar de tudo o que nos oprime e nos afasta de Deus.        Jesus Cristo tem poderes de nos libertar da opressão e do pecado. Jesus Cristo tem autoridade para mandar calar os poderes opressores dos demônios, das doenças e dos homens e somente ele pode libertar  o homem da opressão e do pecado para que sejamos plenamente livres.     
      E como o Senhor Jesus disse para o espírito imundo que estava naquele homem na sinagoga : “Cala-te e sai dele.” (Marcos, 1,25), todos nós, cristãos, devemos falar a tudo aquilo que escraviza e oprime o homem nos nossos dias: “Sai desse homem e deixe ele ter a liberdade dos filhos de Deus.” Todos temos o direito de sermos livres como Jesus Cristo nos quer livres; livres do demônio, da fome, da doença, do desemprego, do desamor que faz com que o homem se volte contra seu irmão e, por consequência, se afasta do Reino de Deus...

sexta-feira, 29 de julho de 2016

SANTA MARTA, IRMÃ DE LÁZARO E MARIA

SANTA MARTA, IRMÃ DE LÁZARO E MARIA


Marta é irmã de Maria e de Lázaro de Betânia. 
Marta nasceu em uma pequena aldeia chamada Betânia cercado de vinhedos e de abundantes palmeiras quase recostadas no ponto mais alto do memorável Horto das Oliveiras. 
Marta era uma menina de natureza humilde, bondosa, pura e  simples. 
Sofreu muito com a morte de sua mãe e depois com o falecimento do pai; pois antes de morrer ele disse a seus filhos amai-vos como bons amigos e olhando para Maria disse: a modéstia, a pureza e a honradez quando se entrelaçam são coroa na testa de uma moça. Marta ouvindo pela primeira vez Jesus, declarou-se sua discípula, crescendo assim nela a virtude da caridade aos doentes e aos pobres. 
Toda vez que Jesus ia a Jerusalém se hospedava na casa de Marta, Maria e Lázaro porque eles ofereciam uma sincera amizade, acolhida e hospitalidade. 
Entre eles existia uma grande amizade, o que ocasionou uma forte perseguição por serem seguidores de Jesus e de sua doutrina. 
No evangelho aparece em apenas três episódios (Lc 10, 38-42; Jo 11, 1-44; Jo 12, 1-11). É uma mulher dinâmica, que acolhe desveladamente Jesus. 
Maria, também aparece apenas três vezes em cena, nos evangelhos, (Lc 10; Jo 11; Mt 26). É a mulher atenta e contemplativa, que dá mais atenção ao Senhor do que às “coisas do Senhor”. De Lázaro sabemos apenas o que dele se diz no evangelho de João (11, 1-14; 12, 1-2). 
Os três são amigos e hospedeiros do Senhor. As Escrituras contam que, em seus poucos momentos de descanso ou lazer, Jesus procurava a casa de amigos em Betânia, local muito agradável há apenas três quilômetros de Jerusalém.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O POVO POBRE E HUMILDE É A FIGURA DE MARIA

O POVO POBRE E HUMILDE É A FIGURA DE MARIA


O povo humilde e pobre está com Maria. O povo pobre e humilde é como o Apóstolo João, o único que não fugiu e que permaneceu com Maria aos pés da cruz de Jesus, no Calvário, naquela sombria e triste sexta feira. 
O povo pobre, como João, junto de Maria, não foge, não tem medo de sofrer. Já sofre tanto.       
Mas, não fica aos pés da cruz sozinho; Maria está com ele. O povo fica junto de Maria, aos pés de tantos irmãos que estão morrendo de fome ainda hoje, morrendo de inanição, de desprezo dos ricos e poderosos nas portas do século dois mil e na entrada do terceiro milênio; o Cristo continua morrendo hoje nos irmãos, como morreu no Calvário, aos olhos de sua Santíssima Mãe, Maria. 
Chegando no Calvário, o povo não fala. Só fica olhando, como João Apóstolo ficou olhando e marcando presença. Jesus também não fala; só fica rezando do alto da cruz. 
E ai, no silêncio daquela dor, os olhos de Jesus repetem as mesmas palavras que foram ouvidas pela primeira vez do Calvário na Palestina, porque lá. “quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo (representando o povo pobre), a quem amava tanto, disse à sua mãe: “eis ai teu filho”, e, em seguida disse a João (que representava o povo pobre), “eis ai tua mãe”, e, a partir daí João, que representava o povo pobre, levou a mãe de Jesus para morar em sua casa daquele momento em diante, e até hoje, o povo pobre tem Maria em sua casa, em seu coração.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

MARIA, A BEM AVENTURADA

MARIA, A A BEM AVENTURADA


Maria foi escolhida por Deus para ser a Mãe do Filho de Deus desde o início dos tempos, desde a criação do mundo, desde a queda do homem motivada pelo pecado. 
Já, no primeiro livro das Sagradas Escrituras, no terceiro capítulo do Gênesis, quando acontece a expulsão do homem que pecara do paraíso, o Senhor Nosso Deus se dirige à serpente, dizendo - ``Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre  a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça e tu armarás traições ao se calcanhar.`` (Gn 3, 15)
O homem comete o primeiro pecado e é expulso do paraíso, mas Deus, pelo seu grande amor, de imediato, prepara novas condições para que o homem se regenere e volte às boas com o seu Criador. 
E, desde o início da história do homem, aparece a figura de uma mulher  poderosa que vai esmagar pela cabeça o mal que aflige todos os homens. 
E a posteridade dessa mulher lutará por todo o sempre contra o mal, os filhos dessa mulher combaterá até as últimas conseqüências o mal que  passou  dominar todos os homens. 
E, a partir desse momento, Maria é escolhida por Deus como sendo aquela que pisará a cabeça da serpente do mal, vindo, através dela, a salvação para todos os homens. A figura de Maria, a partir de então, começa a participar da história da salvação desde o seu início. 
Estava decretado - a salvação viria por meio de uma mulher  - e essa mulher pisaria a cabeça da serpente e a serpente do mal procuraria sempre morder o seu calcanhar. 
Mas a serpente jamais atingiria sequer o calcanhar dessa mulher, porque o Senhor, desde o início dos tempos, a preservou de todos os pecados. Desde a sua conceição imaculada, Maria é isenta de qualquer mancha de pecado.

terça-feira, 26 de julho de 2016

OS AVÓS DE JESUS CRISTO - SANT'ANA E SÃO JOAQUIM

OS AVÓS DE JESUS CRISTO - SANT'ANA E SÃO JOAQUIM


Ana e seu marido Joaquim já estavam com idade avançada e ainda não tinham filhos. 
O que, para os judeus de sua época, era quase um desgosto e uma vergonha também. 
Os motivos são óbvios, pois os judeus esperavam a chegada do messias, como previam as sagradas profecias. 
Assim, toda esposa judia esperava que dela nascesse o Salvador e, para tanto, ela tinha de dispor das condições para servir de veículo aos desígnios de Deus, se assim ele o desejasse. 
Por isso a esterilidade causava sofrimento e vergonha e é nessa situação constrangedora que vamos encontrar o casal. Mas Ana e Joaquim não desistiram. 
Rezaram por muito e muito tempo até que, quando já estavam quase perdendo a esperança, Ana engravidou. 
Não se sabe muito sobre a vida deles, pois passaram a ser citados a partir do século II, mas pelos escritos apócrifos, que não são citados na Bíblia, porque se entende que não foram inspirados por Deus. 
E eles apenas revelam o nome dos pais da Virgem Maria, que seria a Mãe do Messias. No Evangelho, Jesus disse: "Dos frutos conhecereis a planta".

segunda-feira, 25 de julho de 2016

SÃO TIAGO, O MAIOR – APÓSTOLO

SÃO TIAGO, O MAIOR – APÓSTOLO


Tiago nasceu doze anos antes de Cristo, viveu mais anos do que ele e passou para a eternidade junto a seu Mestre. 
Tiago, o Maior, nasceu na Galiléia e era filho de Zebedeu e Salomé, segundo as Sagradas Escrituras. 
Era, portanto, irmão de João Evangelista, os "Filhos do Trovão", como os chamara Jesus. É sempre citado como um dos três primeiros apóstolos, além de figurar entre os prediletos de Jesus, juntamente com Pedro e André. 
É chamado de "maior" por causa do apóstolo homônimo, Tiago, filho de Alfeu, conhecido como "menor". Nas várias passagens bíblicas, podemos perceber que Jesus possuía apóstolos escolhidos para testemunharem acontecimentos especiais na vida do Redentor. 
Um era Tiago, o Maior, que constatamos ao seu lado na cura da sogra de Pedro, na ressurreição da filha de Jairo, na transfiguração do Senhor e na sua agonia no horto das Oliveiras. 
Consta que, depois da ressurreição de Cristo, Tiago rumou para a Espanha, percorrendo-a de norte a sul, fazendo sua evangelização, sendo por isso declarado seu padroeiro.

domingo, 24 de julho de 2016

A ORAÇÃO DO PAI NOSSO

XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM

“QUEM PEDE RECEBE; QUEM PROCURA ENCONTRA; E, PARA QUEM BATE, SE ABRIRÁ” (Lc 11,10).


Diácono Milton Restivo

Santo Tomás de Aquino disse que a oração do Pai Nosso é a mais perfeita de todas as orações, pois “contém não apenas todas as coisas que podemos corretamente desejar, mas também tudo o que nos é proveitoso querer”.
A oração do Pai Nosso é apresentada no Novo Testamento em duas versões: a longa, com sete petições (Mt 6,9-13) e a curta, com cinco petições (Lc 11,2-5). Embora a versão de Lucas seja considerada a mais fidedigna, pois não é concebível que Lucas tenha subtraído duas petições, a tradição da Igreja privilegiou a mais longa, a de Mateus, para uso litúrgico.
Com certeza, os judeus tinham as suas obrigações religiosas e rituais e as horas certas para fazer as suas orações, mas Jesus tinha um jeito especial e contagiante e provocativo que originava nas pessoas o desejo de aprender a rezar como ele rezava.
No Evangelho da liturgia de hoje Lucas diz que “Jesus estava rezando em um certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: ‘Senhor, ensina-nos a rezar, como também João (Batista) ensinou seus discípulos.” (Lc 11,1). E Jesus lhes ensinou a oração do Pai Nosso.
A oração do Pai Nosso é a oração da família: “Pai Nosso” é, por excelência, a oração da partilha: “o pão nosso”, e a oração do perdão: “perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”; "E quando estiverdes orando, se tiverdes alguma coisa contra alguém, Perdoai-lhe, para que também vosso Pai que está nos céus vos perdoe as vossas ofensas." (Mc 11,25-26), “Pois, se perdoardes aos homens os seus delitos, também o vosso Pai celeste vos perdoará; mas se não perdoardes aos homens, o vosso Pai também não perdoará os vossos delitos." (Mt 9,15). 

sábado, 23 de julho de 2016

SANTA BRÍGIDA (BRIGITE) - 1303-1373

SANTA BRÍGIDA (BRIGITE) - 1303-1373


Fundou a Ordem do Santo Salvador. Brígida, ou Brigite, nasceu princesa, em 1303, no castelo de Finstad, na Suécia. 
Descendia de uma casa real muito pia, que forneceu à Igreja muitos santos e que se dedicava a construir mosteiros, igrejas e hospitais com a própria fortuna. 
Além de manter muitas obras de caridade para a população pobre, Brígida, desde a infância, tinha o dom das revelações divinas, todas anotadas por ela no seu idioma sueco. 
Depois, as descrições foram traduzidas para o latim e somaram oito grandes volumes, que ainda hoje são fonte de consulta para historiadores, teólogos e fiéis cristãos. 
Aos dezoito anos, ela se casou com o nobre chamado Ulf Gudmarsson, um homem cristão e muito piedoso. 
O casal teve oito filhos, dentre os quais a filha venerada como santa Catarina da Suécia. Era com rigor que eles cuidavam da educação religiosa e acadêmica dos filhos, sempre no caminho para a santificação em Cristo. 
Durante um longo período, Brígida foi dama de companhia da rainha Bianca, de Namur, por isso freqüentava sempre as cortes luxuosas. 
Mas não se corrompeu neste ambiente de riquezas frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos cristãos, perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé. 
Após a morte de um dos seus filhos, o casal resolveu fazer uma peregrinação ao santuário de Santiago de Compostela, na Espanha.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

SANTA MARIA MADALENA – DISCÍPULA DE JESUS

SANTA MARIA MADALENA – DISCÍPULA DE JESUS


O que os Evangelhos falam sobre Maria Madalena:
Os Evangelhos apresentam Maria Madalena como: - Discípula de Jesus (Lc. 8,1-3) - A mulher de quem Jesus expulsou sete demônios (Mc. 16,9; Lc. 8,2); - Uma das mulheres que ajudaram Jesus e seus discípulos enquanto estes pregavam o evangelho (Lc 8,1-3) - Uma das muitas outras mulheres que seguiram Jesus desde a Galiléia quando ele foi para Jerusalém no final do seu ministério e foi testemunha da sua crucifixão (Mc. 15,40-41; Mt. 27,55-56; Lc. 23,49; Jo 19,25) - Ela e outras mulheres seguiram de longe os acontecimentos quando Jesus foi levado para ser crucificado, (Mt 27,55-56; Mc 15,40-41; Jo 13,25) - Quando Jesus foi sepultado, foi uma das mulheres que observou o lugar onde o corpo foi posto (Mc 15,45-47; Mt 27,61) - Ela e outras mulheres foram ao túmulo no primeiro dia da semana para embalsamar o corpo de Jesus (Mc 16,1-2; Mt 28,1) - Levou perfumes para ungir o corpo do Senhor no sepulcro (Mt. 28,1; Mc. 16,1-2; Lc. 24,1; Jo 20,1); - Foi uma das primeiras a receber a notícia da ressurreição quando um anjo falou às mulheres perto do túmulo aberto, portanto, testemunha da sua ressurreição (Mc. 16,1 - 8; Mt 28,1 - 10; Lc. 24,1 - 10; Jo. 20,1; 20,11 - 8) - Maria Madalena foi a primeira pessoa a ver Jesus depois da ressurreição (Mt 28:8-10; Mc 16,9; Jo 20:13-18) - Anunciou a boa notícia da ressurreição aos discípulos (Lc 24,9-10) - Foi enviada aos Onze com uma mensagem de Jesus (Mt 28,10; Jo 20,17 - 18). Maria Madalena é citada dezoito vezes nos Evangelhos, além de ser a mulher mais citada pelo próprio nome.  Além disso, ela aparece sempre realizando funções muito importantes para as origens do Cristianismo. Chama a atenção o fato de Maria Madalena ser citada, entre as mulheres em primeiro lugar em todos estes textos.  A única exceção é Jo 19,25, onde a mãe de Jesus aparece em primeiro lugar. A citação de Maria Madalena em primeiro lugar parece indicar sua liderança no grupo das discípulas de Jesus.

O que os Evangelhos não falam sobre Maria Madalena:
Não diz que Maria Madalena era a pecadora citada em Lucas 7,36-50. - Não diz que era a mesma Maria, irmã de Marta e Lázaro. - Não sugere nenhum tipo de relacionamento especial ou íntimo entre Jesus e Maria. Sempre fala de Maria junto com outras mulheres. - Depois da ascensão de Jesus, a Bíblia nunca mais menciona o nome de Maria Madalena.

Quem é Maria Madalena:
Maria Madalena pode-se dizer, era de origem judaica, mas não foi definida como outras mulheres dos Evangelhos Canônicos, ou seja, pela família, mas por sua cidade de origem. O fato que intriga, e que talvez tenha gerado ao longo desses dois milênios de cristianismo tantas hipóteses e construções fantasiosas sobre Maria Madalena, é que ela não aparece como filha, esposa ou irmã de nenhum homem. Essa independência feminina em uma sociedade dominada por homens tem intrigado muitos pesquisadores. Todas as Marias que aparecem nos Evangelhos são reconhecidas por suas famílias: Maria mãe de Jesus; Maria de Cléofas; Maria irmã de Marta e de Lázaro.

E Maria de Magdala?
Madalena não é sobrenome, provinha de el-Mejdel, que era uma cidade a noroeste do lago da Galiléia, seis quilômetros ao norte de Tiberíades, lugar onde Madalena pode ter nascido ou residia. É no Evangelho de Lucas que Maria Madalena aparece como a mulher que seguia Jesus e de quem são expulsos sete espíritos malignos (Lc 8,2). Há um aspecto interessante nessa passagem, pois não é um demônio, nem uma legião de demônios que são expulsos, porém sete: “Sete é o número da salvação e do que é divino”. São também sete os pecados capitais: gula, luxúria, ira, orgulho, vaidade, preguiça e inveja. Se fizermos uma associação dos sete demônios expulsos por Jesus de Maria Madalena e dos sete pecados capitais, pode-se dizer que o que houve foi uma total libertação dessa mulher; aconteceu sua salvação integral, uma Metanoia [1], não apenas uma conversão. Pecado e possessão demoníaca eram coisas diferentes. Naquela época, a possessão demoníaca era entendida essencialmente como uma enfermidade, não acentuava os aspectos morais, não era considerada como um pecado. Em uma interpretação mais literal, pode-se dizer que aconteceu, naquele momento da expulsão dos sete demônios, não um simples arrependimento dos pecados, mas a imersão em uma vida autêntica e redimida; Maria Madalena emergiu de uma vida de escravidão para uma libertação. Mas por que se associa Maria Madalena sempre a uma pecadora arrependida e não a uma mulher que foi reconciliada? Pois a Maria Madalena histórica, aquela que está nos quatro Evangelhos Canônicos, é testemunha do sacrifício, morte e Ressurreição de Jesus; mulher que seguiu como discípula e serviu a Jesus de Nazaré. Há exegetas que fazem essa associação, Maria Madalena/pecadora arrependida, porque há um relato anterior ao episódio da expulsão dos demônios (Lc 8,2), em que uma pecadora anônima unge os pés de Jesus na casa de Simão, o fariseu, e é perdoada por Jesus (Lc 7,37-50). A proximidade desses fatos favoreceu a associação das duas mulheres, ou seja, Maria Madalena e a pecadora anônima, que não tem nada haver entre si. Como há, no Evangelho de João, a unção de Betânia, e nele é Maria, irmã de Marta e de Lázaro, que unge Jesus (Jo 12,1-8), as três mulheres se tornaram apenas uma: Maria Madalena. Em suma, é essa Madalena que muitos historiadores denominam mulher híbrida, a saber: Maria, irmã de Marta e de Lázaro (Jo 12,1-8); - a pecadora anônima que ungiu Jesus na casa de Simão, o fariseu (Lc 7,37-50) e a mulher adútera apresentada a Jesus pelos anciãos e por ele perdoada (Jo 8,1-11) e Maria Madalena, de quem Jesus expulsou sete demônios (Lc 8,2). A confusão da identidade das três mulheres remonta ao Século III, e foi no final do Século VI que o Papa Gregório Magno (540-604) pôs fim à questão ao declarar que Maria Madalena, Maria de Betânia (Jo 12,1-8) e a pecadora anônima eram a mesma pessoa. Apesar de muitos séculos terem se passado e a visão de Madalena ter mudado para a Igreja, essa declaração de Gregório Magno ainda suscita discussões.
De acordo com os relatos dos Evangelhos, nada há contra a moral de Maria Madalena, pois estar possuído por sete demônios não era considerado pecado. Ao se fazer uma leitura atenta dos fatos, não se chega à conclusão de que Maria Madalena tenha sido uma mulher adúltera. O que acontece é que, ao ser identificada com a pecadora anônima de Lucas e com Maria de Betânia, incorpora a mulher de cabelos longos e soltos que serviram para secar os pés de Jesus. Essa imagem evoca a feminilidade e também a sexualidade, que induz a uma associação com o pecado. Hoje a Igreja reconhece em Maria Madalena a mulher de quem Jesus expulsou sete demônios; a que seguiu e serviu Jesus nas pregações; a que acompanhou a Paixão e a morte de Jesus e como a primeira testemunha da Ressurreição. O que os evangelhos nos trazem sobre Maria Madalena é que seguia Jesus. Estava presente na crucificação e foi testemunha, de acordo com o evangelho de João, da ressurreição, sendo a primeira com a missão de proclamar a boa noticia. Maria Madalena foi à portadora do anúncio que Cristo havia ressuscitado. Normalmente, repito, as mulheres nos evangelhos são lembradas como mãe, mulher e filha de alguém, um costume da sociedade patriarcal. Porém, Maria Madalena aparece sem pertencer a nenhum homem. Pelos evangelhos não é possível descrever sua vida familiar. Não podendo descrevê-la como uma mulher jovem ou solteira, viúva ou repudiada, ou se ela preferiu ficar solteira como algumas mulheres influenciadas pelo helenismo, optando pela liberdade. Maria Madalena devia possuir alguma riqueza. Após ser curada por Jesus, tornou-se sua discípula fiel e inseparável, e o acompanhava em seu ministério, com outros discípulos/as. Pela forma como é nomeada, parece que possuía uma situação familiar diferente em seu tempo. Provavelmente fosse uma mulher solteira e independente. Ainda que sejam escassas as informações sobre Maria Madalena, seu nome aparece mais vezes que outras mulheres no Novo Testamento e geralmente em primeiro lugar.

Maria Madalena é a pecadora?
Teriam interpretado mal a expressão “Maria Madalena, da qual haviam saído sete demônios”? (Lc 8,2) Esta expressão, que aparece somente em Lucas e no apêndice de Marcos (Lc 8,2; Mc 16,9), criou uma série de preconceitos contra Maria Madalena. Mas para o Evangelho de Lucas, a possessão não significa pecado e, sim, doença. O número 7, sempre simbólico, parece indicar a gravidade da situação. Dentro do contexto de Lucas, podemos interpretar que Maria Madalena padecia de uma grave doença nervosa ou psicossomática. No encontro com Jesus, ela recupera a harmonia interior e entra em um processo de crescimento e amadurecimento pessoal até atingir a plenitude do seu ser na experiência pascal. Aquela mulher anônima do episódio narrado por Lc 7,36-50 passou a ser identificada com as mulheres anônimas que ungiram Jesus para a sepultura (Mc 14,3-9 e Mt 26,6-13). Uma leitura atenta destes textos vai mostrar que os ritos que realizam são diferentes. No texto de Lucas, o próprio narrador trata de esclarecer que se trata de um rito de acolhida e coloca esta explicação no diálogo de Jesus com Simão. Nos Evangelhos de Marcos e de Mateus, o rito está situado no contexto da Páscoa. Marcos faz questão de informar que faltavam apenas dois dias para a Páscoa e os Ázimos (Mc 14,1). Mostra que o contexto era conflitivo, pois a execução de Jesus já estava decidida: “os chefes dos sacerdotes e os fariseus apenas procuravam um ardil para matá-lo” (Mc 14,1b). É justamente neste contexto que está a unção de Jesus, feita por uma mulher anônima (Mc 14,3-9). O texto de Marcos está muito próximo do texto de João 12,1-8. Tanto Marcos como João contam que o perfume derramado pela mulher no corpo de Jesus era nardo puro (Mc 14,3 e Jo 12,3). Marcos informa ainda que este episódio da unção para a sepultura passou-se em Betânia (Mc 14,3). Tudo isso parece ligar os textos de Marcos, Mateus e João (Mc 14,3-9; Mt 26,6-13 e Jo 12,1-8) e ajuda a compreender a importância desde ritual. Sua protagonista parece ser Maria de Betânia, a irmã de Marta e de Lázaro. O gesto de unção de Jesus para a sepultura é ao mesmo tempo profético e solidário com seu projeto e sua entrega sem limites.

Maria Madalena no sepulcro de Jesus.
Depois que Pedro e João conferiram o sepulcro e constataram a ausência do corpo de Jesus (Jo 20,4-10; Lc 24,12), Maria Madalena permaneceu no jardim, procurando Jesus, depois que Pedro e o outro discípulo foram embora. Ela chorava angustiada e confundiu Jesus com o jardineiro. No entanto, Maria Madalena o reconhece imediatamente quando Jesus a chama pelo nome. Em toda a Bíblia, chamar pelo nome faz parte dos relatos de missão. Às vezes, acontece mudar o nome, para indicar a missão que a pessoa vai realizar. Mas, em Jo 20,16, Jesus a chama pelo nome com que sempre a havia chamado - talvez do mesmo jeito e com o mesmo tom de voz.  E provavelmente Maria responde também da maneira como sempre o tratou: Rabuni. Sem pretender ser fundamentalista, quero mostrar como neste relato simbólico se revela a importância da missão de Maria Madalena nas primeiras comunidades cristãs: Maria é chamada pelo nome; - Reconhece imediatamente a voz de Jesus; - Chama-o de Mestre em aramaico; - Depois, é enviada por Jesus com uma mensagem para os outros discípulos. Da maneira como este episódio é descrito, parece um evento de fundação, no qual Maria Madalena foi investida de autoridade.

Sobre Maria Madalena.
Maria Madalena foi a mulher de quem Jesus expulsou sete demônios (Mc. 16,9; Lc. 8,2); - que acompanhava e servia Jesus na Galiléia (Lc. 8,2); - que acompanhou Jesus até a Judéia pouco antes da Paixão (Mt. 27,55; Mc. 15,41); - que ficou diante da Cruz (Mt. 27,55; Mc. 15,41; Jo. 13,25); - que levou perfumes para ungir o corpo do Senhor no sepulcro (Mt. 28,1; Mc. 16,1-2; Lc. 24,1; Jo 20,1); - que viu pessoalmente o Senhor ressuscitado (Mc 16,9); e que foi enviada aos apóstolos pelo Senhor (Jo. 20,17).

Sobre Maria, irmã de Marta e Lázaro.
Maria, irmã de Marta e Lázaro, também chamada de Maria de Betânia, era a mulher que ouvia as palavras do Senhor enquanto sua irmã, Marta, trabalhava arduamente (Lc. 10,38-42); - que esteve presente durante a ressurreição de seu irmão Lázaro (Jo. 11,1-2); e que ungiu os pés do Senhor alguns dias antes da Páscoa (Jo. 12,3-8).

Sobre a mulher pecadora anônima em Lucas 7,36-50.
Além, destas duas Marias, lemos em Lc 7,36-50 que "uma mulher de má fama" ungiu o Senhor. Repare-se que o evangelista não citou seu nome. Quem seria, portanto? Seria Maria de Betânia, tendo em vista a informação de Jo. 12,3-8? Não! Porque a unção de Jo 12,3-8 se deu na casa de Lázaro/Marta/Maria, em Betânia, empregando-se nardo; enquanto que a de Lc 7,36-50 se deu na casa de Simão, o fariseu, sendo que a pecadora empregou as próprias lágrimas que lhe caíram do rosto e alabastro. Logo, se tratando de dois episódios distintos e independentes, distintas e independentes são as personagens. Seria, então, Maria Madalena, já que esta foi citada logo depois (Lc. 8,2) do episódio, nominalmente, como uma das mulheres que acompanhavam Jesus e era endemoniada (pecadora)? Ora, o fato de ter sido endemoniada, não significa que era pecadora (até porque todos são pecadores, mas nem todos são endemoniados!), muito menos a específica pecadora de Lc 7, que o evangelista fez questão de manter o anonimato e não afirmou que era também endemoniada! Logo, muito provavelmente não se tratava de Maria Madalena.  E quem era? Não sabemos, pois nem os Evangelhos, nem a tradição lhe conservaram o nome! Basta, pois, chamá-la de "a pecadora anônima".

Sobre a mulher adúltera em João 8,3-12.
E quanto à mulher adúltera de João 8,3-12? Também não lhe sabemos o nome; apenas que "era pecadora". Ora, o fato de a mulher adúltera ser pecadora, não tem o condão de transformá-la, arbitrariamente, na Maria Madalena. Trata-se, assim, de uma quarta pessoa. Como quer que seja, e voltando o foco para Maria Madalena, a grande lição que a Bíblia e a tradição oferecem sobre ela (mesmo quando um ou outro teólogo adota o entendimento minoritário) é que ela foi uma grande convertida ao Evangelho, a ponto de poder ser considerada pelos católicos como grande exemplo de serviço e "padroeira dos convertidos".

Maria Madalena ignorada fora dos Evangelhos.
A pesquisa sobre Maria Madalena nos Evangelhos canônicos leva à frustração, pelo escasso número de dados que revelam a identidade dessa mulher. Ela também não é citada nos Atos dos Apóstolos, nas Epístolas, nem no Apocalipse de João, mesmo tendo sido citada, enquanto personagem híbrido, dezoito vezes nos Evangelhos. Maria Madalena vai desaparecer nos Atos dos Apóstolos e nas Epístolas. Nem Paulo, naturalmente, nem Pedro nada falam sobre ela. Mesmo João não acreditou na importância de falar sobre ela nas suas cartas, nem no Apocalipse.  Para todos aqueles que seguem, ela inexiste. Da Maria Madalena que se conhece através dos Evangelhos canônicos, porém, não há registros de suas falas ou de algum diálogo, salvo em João, quando fala a Simão e a outro discípulo que “retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos aonde o colocaram” e quando anuncia “Vi o Senhor” após o breve diálogo com Jesus ressuscitado no jardim do sepulcro vazio (Jo 20, 2.18), mas é desacreditada pelos apóstolos (Mc 16,11).


[1] 1 Metanoeó, um verbo bastante neutro em grego profano: “mudar posteriormente, mudar de idéia, ter remorso”. Na Bíblia, exprime a conversão religiosa e moral. Seu campo léxico no N.T. associa-o à fé ( Mc 1,15), ao batismo (At 2,38) e ao perdão dos pecados (Lc 7,13). A conversão (metanoia) está ainda ligada ao retorno (At 3,19, com epistrephó) (cf. Wénin, 2004, p. 457). 2 As referências bíblicas deste texto são da Bíblia de Jerusalém.


quinta-feira, 21 de julho de 2016

IRMÃ DOLORES BALDI - 1910-1999 - PRIMEIRA MISSIONÁRIA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS PAULINAS - FUNDADORA DAS IRMÃS PAULINAS NO BRASIL

IRMÃ DOLORES BALDI - 1910-1999 - PRIMEIRA MISSIONÁRIA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS PAULINAS - FUNDADORA DAS IRMÃS PAULINAS NO BRASIL


Ser missionária era seu sonho. E este sonho ela o realizou no Brasil. Em outubro de 1931, deixou a Itália e veio viver a aventura missionária em nosso país. 
Quero falar-lhes de irmã Dolores Baldi, primeira missionária da Congregação das Irmãs Paulinas. Ela não era, nem é ainda, muito conhecida, contudo foi o instrumento dócil e forte nas mãos de Deus e a mola propulsora que fez acontecer, no Brasil, a instituição e todas as obras das Irmãs Paulinas. 
A Congregação das Irmãs Paulinas foi fundada pelo padre Tiago Alberione com a colaboração de irmã Tecla Merlo, em 1915, na Itália, e teve, no Brasil, sua primeira expansão no exterior. E irmã Dolores Baldi foi a escolhida para iniciá-la. 
Quem foi irmã Dolores Baldi? Ela mesma nos conta sua história: "Não conheci minha mãe. Ela morreu dois meses depois de me haver dado a luz. Fui confiada aos cuidados de uma ama, que me amamentou, de meu pai e de minha irmã mais velha, então com quinze anos. Éramos cinco irmãos: três mulheres e dois homens. Cresci num ambiente familiar unido, cristão, sereno e alegre. Aos doze anos, porém, após breve tempo de doença, meu pai faleceu e, logo depois, minha irmã, vítima de uma epidemia. E como minha outra irmã já havia se casado coube a mim os deveres de uma dona-de-casa: comprar, vender e cuidar de meus dois irmãos. Aos quatorze anos, comecei a sentir o desejo de ser missionária, para dedicar-me à catequese. Aos dezessete anos, esse apelo se tornou mais forte. Falei com meu pároco e ele me aconselhou a pensar melhor e entregar o meu futuro nas mãos de Deus. Ele saberia abrir-me o caminho missionário. Com o casamento de meu irmão, pensei que estivesse livre, mas com a morte prematura de minha cunhada tive de cuidar de meus dois sobrinhos pequenos.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

MARIA PEDE, JESUS ATENDE

MARIA PEDE, JESUS ATENDE


Através dos Santos Evangelhos tomamos conhecimento que Jesus Cristo quis começar e começou a realizar os seus milagres por intercessão de sua Mãe, Maria Santíssima.
Quando da visita de Maria à sua prima Isabel, estando Maria grávida de Jesus Cristo e Isabel grávida de João Batista, a simples presença de Maria com Jesus no seu ventre fez com que o filho de Isabel, João Batista, pulasse no ventre de sua mãe assim que Maria cumprimentou Isabel, tendo nessa oportunidade, realizada a santificação de João Batista ainda no entre de sua mãe pela palavra de Maria, pela saudação de Maria à sua prima Isabel, e este foi o primeiro e o maior milagre da graça. 
No casamento de Canaã, na Galiléia, Jesus atende a humilde súplica de sua mãe e transforma a água em vinho, e este foi o primeiro milagre da natureza. Jesus Cristo começou e continuou os seus milagres por Maria e continuará a fazer os seus milagres por intercessão de Maria, como aconteceu nas bodas de Caná (Jo 2) isso até o fim dos tempos. 
Foi em Maria que Deus Espírito Santo produziu a sua obra prima, que é um Deus feito homem, e assim o Espírito Santo continua produzindo todos os dias, através de Maria, os membros do corpo dessa cabeça adorável, formando, desta forma,, o grande corpo místico de Jesus Cristo, que é a sua Igreja. 
Na criação do mundo Deus Pai fez um conjunto de todas as águas, a quem chamou de Mar; depois fez um conjunto de todas as suas graças, a quem chamou Maria, como disse e escreveu o grande santo Luiz Maria Grignon de Montfort.

terça-feira, 19 de julho de 2016

TODOS BUSCAMOS A PAZ...

TODOS BUSCAMOS A PAZ...


Às vezes, em muitas circunstâncias da vida, como os apóstolos estavam se sentindo após a crucificação e morte de Jesus, nos sentimos sozinhos, abandonados, isolados. 
Nesse isolamento sentimos um vazio intenso e o silêncio grita alto dentro de nós todas aquelas coisas que gostaríamos que se tornassem conhecidas e aceitas para provar que somos humanos, que acertamos algumas vezes e erramos outras tantas; e o silêncio explode dentro de nosso cérebro, dentro do nosso peito, dentro do nosso coração, ressoando fortemente em nossa alma e, desesperadamente, buscamos paz, procuramos a paz, lutamos pela paz, desejamos ardentemente a paz... paz... paz... 
Como necessitamos de paz. Como procuramos a paz, como desejamos a paz. Paz interior. Paz de espírito. Paz na alma. Paz onde vivemos. Paz onde trabalhamos. Como procuramos a paz. Mas como a procuramos nos lugares mais equivocados, nos lugares onde, absolutamente, ela não está, não se encontra, e, nessa busca desenfreada pela paz mais nos confundimos, mais nos desesperamos, mais nos perdemos, mais nos equivocamos. 
Mas, o que é paz? Se procurarmos no dicionário encontraremos que paz é ausência de guerra, é tranquilidade, serenidade, sossego, descanso, ausência de hostilidade, silêncio... 
Mas a paz que o nosso espírito, o nosso coração, a nossa alma busca não é somente ausência de guerra, nem tranquilidade, nem o que tudo o mais que o dicionário pressupõe.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

DEUS É PAI, PAI NOSSO, PAI DE TODOS

DEUS É PAI, PAI NOSSO, PAI DE TODOS


Nas Sagradas Escrituras encontramos o plano de salvação de Deus e as promessas que ele nos fez, e o mais importante, a concretização dos seus planos e as promessas realizadas na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. 
Depois de ter cumprido a vontade de Deus Pai, de ter sido morto e ter ressuscitado no terceiro dia, antes de subir novamente para o Pai, Jesus Cristo nos deixou mais esta certeza: “Estarei convosco todos os dias, até o fim dos tempos.” Todos os dias, todas as horas, todos os minutos Jesus Cristo cumpre essa sua promessa. E Jesus Cristo está conosco todos os dias, até o fim dos tempos, na pessoa do nosso irmão. Na pessoa do irmão, temos o Cristo.    
Falamos constantemente que amamos a Deus. Mas, quantas vezes desprezamos o nosso irmão, desprezamos aquele que vive ao nosso lado. João, o Evangelista, o Apóstolo amado de Jesus Cristo, em uma de suas cartas, nos escreve: “E se alguém diz:- “amo a Deus, mas odeia ao seu irmão, e um mentiroso, porque, quem não ama a seu irmão, a quem vê, não é possível que ame a Deus, a quem não vê. Quem ama a Deus, ame a seu irmão.” “Amarás o seu próximo como a si mesmo”, nos diz Jesus Cristo, nos mostrando esse mandamento como sendo o segundo maior dos mandamentos, só superado pelo primeiro mandamento, que é:- “Amar a Deus de todo o coração, com toda a tua alma, com toda a tua força, com todo o teu entendimento. Amarás o te próximo como a ti mesmo.”

domingo, 17 de julho de 2016

MARTA E MARIA

XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

“MARIA ESCOLHEU A MELHOR PARTE E ESTA NÃO LHE SERÁ TIRADA”.
(Lc 10,42).


Diácono Milton Restivo

Se existe uma virtude incentivada e valorizada nas Sagradas Escrituras, essa virtude é a hospitalidade. Temos vários exemplos disso nos Livros Sagrados, mas, apenas para ilustrar a meditação de hoje, vamos pegar como referencia a citação de Gênesis 19,1-29, onde Lot, sobrinho de Abraão, recebe e dá abrigo em sua casa a dois mensageiros do Senhor.
Por essa sua atitude hospitaleira Lot e toda a sua família foram salvos da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra que, em virtude dos pecados de seus moradores, foram totalmente destruídas pelo Senhor que “... Fez chover sobre Sodoma e Gomorra, enxofre e fogos vindos de Iahweh e destruiu estas cidades e toda a planície com todos os habitantes da cidade e a vegetação do solo”. (Gn 19,24).
Jesus também, por várias vezes, socorre-se da hospitalidade de seus amigos e admiradores.
Encontramos um desses fatos no Evangelho de Lucas, quando Jesus, “... Estando em viagem, entrou num povoado e certa mulher, chamada Marta, recebeu-o em sua casa.” (Lc 10,38).
Jesus tinha amigos e valorizava muito essas amizades, valorizava muito os seus amigos. E, dentre a grande legião de seus amigos, no coração de Jesus três deles tinham um lugar especial, e esses três amigos amados de Jesus eram os irmãos: Marta, Maria e Lázaro.
Lázaro era aquele mesmo que Jesus ressuscitara, como vemos no Evangelho de João, 11,1-44, Jesus ressuscitando Lázaro a pedido de suas irmãs Marta e Maria. 

sábado, 16 de julho de 2016

NOSSA SENHORA DO CARMO

NOSSA SENHORA DO CARMO


Segundo a tradição narra, o profeta Elias, vendo uma nuvenzinha, que se levantava no mar, bem como uma pegada de homem, teria nela reconhecido no símbolo, a figura da futura Mãe do Salvador. 
Os discípulos de Elias, recordando aquela visão do mestre, teriam fundado uma Congregação, com sede no Monte Carmelita, com o fim declarado de prestar homenagens à Mãe do Mestre. 
A festa de Nossa Senhora do Carmo é relacionada à Ordem Carmelitana, cuja origem é bem antiga. 
Na Ordem Carmelitana tem-se a tradição, segundo a qual o profeta Elias, vendo aquela nuvenzinha, que se levantava no mar, bem como a pegada de homem, teria nela reconhecido no símbolo, a figura da futura Mãe do Salvador. 
Os discípulos de Elias, recordando aquela visão do mestre, teriam fundado uma Congregação, com sede no Monte Carmelita, com o fim declarado de prestar homenagens à Mãe do Mestre. Essa Congregação ter-se-ia conservado até os dias de Jesus Cristo e existido com o Título Servas de Maria.

Manifestação de Maria a São Simão Stock. 
Historicamente documentadas são as seguintes datas da Ordem de Nossa Senhora do Carmelo. Foi no século XII que o calabrês Bertoldo, com alguns companheiros, se estabeleceu no Monte Carmelo. Não se sabe se encontraram lá a Congregação dos Servos de Maria ou se fundaram uma deste nome; certo é que receberam em 1209 uma regra rigorosíssima, aprovada pelo Patriarca de Jerusalém - Alberto.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

SÃO BOAVENTURA - 1218-1274

SÃO BOAVENTURA - 1218-1274


Frei Boaventura era italiano, nasceu no ano de 1218, na cidade de Bagnoregio, em Viterbo, e foi batizado com o nome de João de Fidanza. 
O pai era um médico conceituado, mas, como narrava o próprio Boaventura, foi curado de uma grave enfermidade ainda na infância por intercessão de são Francisco. 
Aos vinte anos de idade, ingressou no convento franciscano, onde vestiu o hábito e tomou o nome de Boaventura dois anos depois. 
Estudou filosofia e teologia na Universidade de Paris, na qual, em 1253, foi designado para ser o catedrático da matéria. 
Também foi contemporâneo de Tomás de Aquino, outro santo e doutor da Igreja, de quem era amigo e companheiro. Boaventura buscou a Ordem Franciscana porque, com seu intelecto privilegiado, enxergou nela uma miniatura da própria Igreja. 
Ambas nasceram contando somente com homens simples, pescadores e camponeses. Somente depois é que se agregaram a elas os homens de ciências e os de origem nobre. 
Quando frei Boaventura entrou para a Irmandade de São Francisco de Assis, ela já estava estabelecida em Paris, Oxford, Cambridge, Estrasburgo e muitas outras famosas universidades europeias. 
Essa nova situação vivenciada pela Ordem fez com que Boaventura interviesse nas controvérsias que surgiam com as ordens seculares. Opôs-se a todos os que atacavam as ordens mendicantes, especialmente a dos franciscanos. Foi nesta defesa, como teólogo e orador, que teve sua fama projetada em todo o meio eclesiástico. 
Em 1257, pela cultura, ciência e sabedoria que possuía, aliadas às virtudes cristãs, foi eleito superior-geral da Ordem pelo papa Alexandre IV.